sexta-feira, 25 de maio de 2012

Pelada na pista

Não, não estou falando de futebol(nunca faria isso), mas estou falando disso:
http://noticias.uol.com.br/videos/assistir.htm?video=mulher-fica-nua-em-canteiro-da-br101-em-vitoria-04024D1A396EC0C12326
Resumo da ópera: uma desempregada tirou a roupa ontem na BR101(na Serra). Nem preciso dizer que o trânsito ficou lento e que a homarada adorou(e as patroas odiaram).
Segundo a moça que tirou a roupa, "era um momento dela".

NdA: apostam quanto como isso vai passar no Jornal Hoje?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

É um barato!!!!! Ou não.


No site da Gazeta, fizeram uma prospecção sobre os carros novos mais baratos hoje no ES:
  • Ford Ka 1.0 - Preço cai de R$ 23.600 para R$ 21.240
  • Fiat Mille - Queda de R$ 23.650 para R$ 22.102
  • Effa M100 - O preço do popular chinês caiu de R$ 24.980 para R$ 23.345,79
  • Chery QQ - O chinês, que custava R$ 24.490 para R$ 23.355
  • Renault Clio - Preço passou de R$ 25.300 para R$ 23,644,86
  • Chevrolet Celta - Queda de R$ 26.008  para R$ 24.306,54
  • Fiat Uno - Preço caiu de R$ 26.880 para R$ 25.121,50
  • Volkswagen Gol - Queda no preço de R$ 26.960 para R$ 25.196
  • Chevrolet Classic - Preço com redução de R$ 27.573 para R$ 25.769
  • Nissan March - Queda no preço de R$ 27.790 para R$ 25.971
Na reportagem, falavam pra gente "não correr ainda pra concessionária". Francamente, muito espirituoso por parte do repórter. Eu iria é fugir da concessionária!!!
Desses aí, eu compraria apenas o March 1.0+Pacote Plus e, mesmo assim, de segunda mão, em bom estado(o único senão é ele não vir com opção sem o motor Flex). Os chineses, apesar de evoluírem em passos galopantes, ainda estão abaixo de um nível mínimo de qualidade construtiva(é preferível esperar mais uns aninhos para comprá-los sem medo). Já os nacionais, ou estão muito datados(no caso do Classic), ou vêm despojados em excesso(no caso do resto).

A reportagem original está aqui.

NdA: pesquise muito, antes de entregar seu suado dinheirinho pra esses concessionários.

Palio 2012 - a grande furada da FIAT


É, por mais que possa parecer estranho, a FIAT involuiu o Palio na geração atual.
Além de perder suas características estéticas próprias, parecendo um Punto de bolso agora, o Palio sofreu uma reengenharia de cunho no múnimo, duvidoso.
Quem mexe com informática sabe o que involução e downgrade significam: quandoa Microsoft lançou o Windows Vista em relação ao XP, muita gente simplesmente odiou: era um sistema pesado, consumia memória demais e os ganhos eram largamente insuficientes. O mesmo pode ser dito do Ubuntu atual, que tem sido alvo de crítica por parte de alguns usuários mais tarimbados. O resutado? Muita gente que tinha o Vista, pedia para as lojas colocarem o XP. Se pudesse ser feito isso nas concessionárias FIAT...
Mas por que digo isso? Com que embasamento? No renomado bestcars, foi feita uma avaliação do Palio, que está no seguinte link:
http://bestcars.uol.com.br/testes3/fiat-palio-2012-1.htm
Até aí, tudo bem: é uma evolução estética bem grande, puxada pela queda de vendas causada pela auto-concorrência com o Novo Uno. De vantagens, muitos opcionais e um preço que chega a (exagerados) R$49.631,00. Agora vamos da teoria à prática:
http://bestcars.uol.com.br/mes/fiat-palio-attractive-relato1.htm
O Bestcars fez um mês de andanças com o Palio, levando-o a um mecânico(e fã de Palios de gerações anteriores). As materia completa merece ser lida. Mas vou poupar um pouco de tempo e resumir os pontos principais:
  1. Acabamento interno confuso: intensa profusão de plásticos diferentes por dentro do carro que, em geral são simples demais para um carro nessa faixa de preço;
  2. Desconforto nos bancos: ergonomia zero no sistema de elevação do assento do motorista;
  3. Caixa de câmbio problemática: mudança ruim de 4ª para 5ª marcha e ouve-se o som das engrenagens quando se roda numa área de pouco movimento. Imperdoável dar 50 mil nisso.
  4. Volante torto: não,ele não vem de fábrica assim. Mas como os amortecedores e molas são mais duros e os coxins(peças que suportam a suspensão e absorvem impactos e vibrações) são moles. Resultado: se der um golpe forte no volante, ele ficará meio desviado na direção que se deu o golpe. Considerando que você saiba como consertar esse desvio(o que não deve ser o caso em boa parte das vezes), é desagradável pegar um carro com aquele volante torto, já que não terá uma boa empunhadura em alguns casos;
  5. Suspensão muito dura;
  6. Caixa de fusíveis mal posicionada e sujeita à infiltração de água: isso poderá derrubar o preço das unidades seminovas e dificultar a vida de quem tentar comprá-lo de segunda mão. Até já vejo que muitos Palios chegarão às lojas no mercado de seminovos sem as tampas das caixas e com oxidação em alguns contatos;
  7. Acabamento externo irregular: segundo especialistas, o espaçamento entre portas e a carroceria é totalmente irregular, parecendo que o carro foi batido e mal remendado; e
  8. Escape mal posicionado: ele fica muito próximo do pára-choque traseiro e o calor o derrete. também será uma peça difícil de se encontrar intacta, pelo visto, daqui a alguns anos.
Em suma, procure forma melhor de gastar seus suados 50 mil reais.

NdA: espero que a FIAT conserte tudo isso no modelo 2013, pois o 2012 é uma autêntica roubada.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A dura vida de um gearhead no Brasil


É, caríssimos. Ser gearhead no Brasil não é fácil.
Primeiro, o que é ser um "gearhead"? Esse termo em inglês é uma alusão às pessoas fanáticas por trocas de marcha, logo, por carros. E, tendo dito isso, fica mais simples de compreender a dificuldade que é, pro brasileiro, de ser um verdadeiro apaixonado por carros.
Isso me faz lembrar da publicidade da rede Ipiranga há uns anos:
Provavelmente, eu faria a mesma coisa.

Isso é ser gearhead. Não, não é abandonar família e trabalho para ficar lambendo o carro(isso já é doença). Gostar do carro é cuidar dele, mantê-lo em perfeito funcionamento e saber como ele funciona.

Gostar de carros é:
Dizer não aos carros flex: a imposição mercadológica dos flex é a maior burrice no setor automotivo, junto com a vinda da geração atual de chineses para o país. Carros com motor flexível sacrificam eficiência para poder dar a possibilidade de se rodar com dois combustíveis. Mas, calma lá: se o preço da cana é feito à mercê dos produtores, o que a tem feito ser um mau negócio para qualquer motorista na maioria das UFs há anos, por que ainda não demos às costas para os flex? Só pra termos uma ilustração: um uno flex(falo do caixotinho) faz 14:1 na gasolina hoje, com o motor 1000 cilindradas. O mesmo carro, em 1981 fazia 11km/l. Em 30 anos, a economia melhorou 3km/l só. Um carro europeu com a mesma cilindrada faz essa marca com o pé nas costas: o Opel Agila 1.0 faz 21km/l na gasosa lá. Mesmo a versão mais forte (1.2l) faz 19,6km/l e entrega 94cv nas rodas.
Ou seja: não sabemos exigir um carro mais eficiente para nós.

Dizer não a ter um carro para aparecer: essa é a pior das piores na minha opinião. Dos carros fabricados hoje, eu tiro uma comparação com os carros de outras épocas. Todo mundo sente bater o apelo visual do Veloster, de um Azera, de um Cruze, ou de um Fusion. Mas, cá entre nós, deve ser penoso ter um carro como Veloster, que aparenta ser mais veloz(inclusive no nome) do que ele é. Falo isso com embasamento de que, se ele pegar um Maverick V8 302, ou um Opala 250S, o Veloster perde tanto na aceleração de 0 a 100, quanto no velocidade final. Um Citroën C4 perde em consumo para um Opala 2.5(que é um carro muito mais pesado, com um motor muito mais obsoleto).
Se pararem para analisar, as propagandas de carros têm  ficado excessivamente racionais e, ao mesmo tempo, elas têm tentado cativar o cliente pela pretensa exclusividade de um modelo, ou pelo conforto de ser flex, ou por algum outro motivo que não seja nem um pouco razoável. Como exemplo:
Tudo bem que a parte das pessoas juntado as folhas no chão dá a entender que seria a materialização de algo que elas querem. Mas, a parte em que todos ficam ao redor do carro, curiosos, é indicativo da síndrome "eu preciso que olhem pra mim, como se as pessoas tivessem necessidade de serem notadas e amadas materializadas num pedaço de metal. Isso não é ser gearhead, é ter carência extrema.
Apareça tendo um carro. Não tenha um carro para aparecer. É sutil, mas é diferente.
Deve ser triste ter um carro que só aparenta ser veloz, mas no vamos ver, perde prum "carro velho".

Não ceder à mentalidade comum: pode parecer bobagem, mas não imaginam quantas vezes na vida, ouvi gente fazendo piada comigo e com meu carro: "Ah, ele é velho!", "Bebe quanto?", "Podia ter economizado por mais uns anos e ter comprado um Mille zerinho".
Ah, vão pra merda! Acham que eu escolho um carro porque ele tem garantia? Não, não escolho um carro por isso. Quando fui comprar meu carro, levei meses estudando o melhor custo-benefício. Não, eu não quero um carro para jogar fora dois anos depois. O meu carro é o carro com que fui à faculdade, dei carona pros meus colegas, viajei com minha família, passeei com minha namorada e é o carro com que pretendo ficar por muito tempo e, eventualmente, deixar pro meu filho(ou filha). Comprar um carro atrás do outro(e jogá-lo fora um atrás do outro por conseguinte) só aumenta os problemas de tráfego e de emissões. Ser gearhead não quer dizer que você nunca trocará de carro, e sim que você trocará quando necessário. E, cá entre nós, não é necessário trocar um carro porque ele não está na modinha dos seus amiguinhos de facebook.

Ter um ataque de nervos com o combustível caro: é, é foda, mas é muito caro se dar ao prazer de rodar por aí. Com preços beirando  3 reais, dirigir por prazer tem sido um prazer relegado ao segundo plano. O álcool também está caro por causa dos malditos usineiros que desviam parte da produção para fazer açúcar. Política tributária, transporte rodoviário, cartéis e falta de uma refinaria no ES também atrapalham uma possível queda nos preços.

Ressentir-se com a falta de um maior comprometimento nosso ao esporte: com apenas um autódromo, só temos a fórmula BKR que corre aos trancos e barrancos, superando as mais infindáveis dificuldades, como a falta de apoio aos esportes no ES(e falo de todos os esportes, nesse caso). Os Karts e as arrancadas no Sambão do Povo também carecem de divulgação mais ostensiva. Fora isso, eventualmente os jipeiros e motociclistas resolvem pegar uma trilha por aqui. Mas e os eventos nacionais? Cadê a stock? Fórmula Renault? Copa Clio? Como apelamos para os circuitos de rua, poderíamos ter uma grande visibilidade, já que esses circuitos são muito mais charmosos e evocativos. Uma vez, Vitória foi chamada de a Mônaco brasileira(é claro, com renda per capita muito menor e sem cassinos). Precisamos de mais eventos desse calibre aqui.

Sentir a falta de um Track Day: temos um autódromo. Temos os carros. Por que não unir ambos? Em diversos Estados, os track days têm virado febre e o motivo é ridiculamente simples: muitos têm carros preparados e querem ver até onde eles vão, mas não têm pista, então correm na rua, fazendo rachas. Mas e se tivermos um autódromo, com segurança, apoio médico e uma pista boa para acelerarmos? Você não precisa ter um carro com 200000 dólares em peças. Pode correr com aquele Palio 1.0 mesmo. Com isso, vai ficar mais próximo do seu carro e mais ciente de suas limitações na direção, podendo corrigir seus erros num ambiente controlado.

Caçar peças: como conseqüência do consumismo desenfreado, as fábricas deixam muito cedo de fabricar as peças para nossos carros. Dia desses, um amigo pediu para ir com ele a uma revenda Chevrolet, comprar umas peças do interior do Vectra 2006. A resposta é que eles não tinham a peça nem no estoque!!! Claro, as peças de carros mais novos são as que estão em voga. Quem tiver um carro mais antigo, tem de recorrer a preces lojas de auto-peças e ferros-velhos.
Caçar peças, significa ir a buracos onde nunca ousaria antes pôr os pês e ficar íntimo da galera das lojas e ferros-velhos em Alto Laje, São Torquato, Cobilândia...

Revoltar-se com as peças paralelas. Isso acontece mais com os donos de antigos: como muitas peças(especialmente as de acabamento) há muito não são fabricadas, é necessário recorrer a fabricantes de peças independentes. Pode ter certeza de que a peça que você comprar 90% das vezes não vai bater com a peça original e 99% das vezes terá acabamento inferior. Ah, e dependendo da peça, ela vai custar uma fortuna.


Continua...

Planos de Mobilidade para a Grande Vitória

Boas novas!
Ao que tudo indica, o Governo Capixaba está fazendo um esforço para que os contribuintes não enlouqueçam como os de São Paulo, que enfrentam hoje mais de 230km(motivo pelo qual não tenho vontade alguma de ir pra lá).
No intuito de desafogar o trânsito, eles pretendem acelerar a implantação do BRT e de um mini-terminal da Reta da Penha. Além disso, o túnel entre a Enseada do Suá e a Glória também será edificado em breve.
Falando em "breve",  o Estado está terminando de fazer os estudos sobre as novas embarcações para fazer a travessia da Baía de Vitória.
Tudo muito bom, tudo muito bem...
Mas aí, vem a seguinte pergunta: Os corredores vão ocupar as faixas centrais das pistas de rolamento. Estou certo de que alguns pontos de ônibus do lado da direita continuarão a existir. Como é que os carros(muitas vezes articulados) farão essa transposição de faixa com impacto mínimo no trânsito?
Outra questão são as lanchas: quando elas ficarem prontas, elas vão usar os mesmos (poucos) atracadouros de antigamente? Quando a PISA encerrou as atividades, havia 4 atracadouros apenas: Glória, Dom Bosco, Centro de Vitória e São Torquato. Espero que, além dos citados, ponham paradas na Rodoviária de Vitória, Shopping Vitória,  Alto Lage,  Camburi e Praia da Costa.
Mas e quanto às soluções simples?
Sim, todas essas soluções são complexas e caras. Só que temos de botar na ponta do lápis as mais baratas e eficientes também, como um canal direto entre as secretarias de obras e trânsito(de todos os municípios metropolitanos e as do Governo). Além disso, elas precisam ter comunicação com o pessoal do Transcol, Sanremo e GV Bus. Quantas vezes estávamos num ônibus e ele entrou numa rua interditada, tendo que fazer um desvio e, invariavelmente, complicando o trânsito todo? Se as empresas soubessem de antemão as obras planejadas, elas poderiam traças rotas alternativas, reduzindo o impacto no trânsito.
Semáforos. Sim, eles são um dos grandes vilões do trânsito, pois a sua dessincronização acaba tolhendo o tempo de todos. A Dante Micheline é um exemplo claro de dessincronização. A velocidade é de 60km/h. Quero ver, você largar de um sinal, alcançar os 60 e cruzar toda a avenida sem pegar um único sinal vermelho. É impossível. Já tentei inúmeras vezes. Quando chego ao Aruan, acabo pegando sinais fechados.
Outro problema relacionado aos semáforos são o excesso deles. Um caso clássico é o da Rod. Carlos Lindemberg, no trecho que compreende Aribiri e a Glória: são 8 sinais para quem segue no sentido IBES desde o Banco do Brasil até o Posto Sete. OITO! E isso é um trecho de apenas 1 km!
Além disso, ainda temos obras planejadas que são feitas em horários totalmente impróprios, como os rushes matinal e vespertino. Ontem mesmo, eu passei por um carro de limpeza de rua que fechava uma das 3 pistas da Carlos Lindemberg na Glória, lá pras 18:10... A questão é que ninguém quer saber de pagar os extras para fazer uma intervenção num horário de pouco movimento, preferindo travar o trânsito, em vez disso.
Agora falta saber quando teremos um sistema de metrô subterrâneo e trem metropolitano.
Sem contar que, para atenuar o problema de transporte, devemos descentralizar os empreendimentos de Vitória, reduzindo o fluxo para a capital o máximo que der.

NdA: não dá pra só pensar pequeno quando se fala em mobilidade urbana

terça-feira, 22 de maio de 2012

JAC na Bahia


Com a negociação feita pela JAC e o governo baiano, o grupo vai parar de importar os carros deles pelos portos daqui, para virem pelos de Salvador.
Essa notícia(que diz que nada tem a ver com o fim do FUNDAP) é resultado do contrato feito entre as parte, para a construção de um pólo fabril da JAC em Camaçari.

NdA: Só pela Bahia agora. E nada mais!

A boa formação dos motoristas(final)


Já foi mencionado o problema das aulas de teoria chatas, a prova teórica idiota e das aulas práticas que não acrescentam nada. Hoje é dia da de falar da prova prática!
A prova prática, nada mais é que a gente rodar por um trecho com ladeira, rotatória, meia dúzia de cruzamentos e uma baliza.
Para todos os trechos(exceto a baliza) o carro conta com 4 ocupantes: você, dois avaliadores e outro candidato. Passar numa prova dessas não deveria ser algo difícil desde que as aulas teóricas fossem boas. O fator "ansiedade" também atrapalha muito nessas horas. Na minha vez, eu fui com uma bela morena(casada, infelizmente) de colega aspirante à CNH.
A meu instrutor era o mesmo dela, mas o tratamento...que diferença: com ela, todo cheio de cuidados...só faltava pô-la no colo(não que eu não quisesse à época fazer isso também, mas não vem ao caso). Já comigo, a coisa era ríspida, com um misto de agressividade e indiferença. Como eu já estava acostumado com os professores da UFES, nem liguei muito.
Primeiro, ela fez a volta. Tudo perfeito. Nenhum erro. Nada a descontar.
Quando peguei o carro, senti a pressão de ser perfeito. Não tanto por causa dela(desencanem de mim, feministas de plantão). Mas porque eu procuro ser detalhista e fazer minhas coisas à perfeição. No fim, a ladeira foi molezinha(uma surpresa pra mim). Achei que nada poderia me parar agora. Estava me sentindo o próprio Ayrton Senna.
- Vai ser molezinha!!!

Esse foi meu erro.
Segundo Sun Tzu em A Arte da Guerra, subestimar seu inimigo é a pior coisa que pode fazer. A baliza não era um mistério pra mim. Mas, mesmo fazendo-a sem esbarrar nos obstáculos e deixando o carro alinhadinho no final, ele ficou muito longe da calçada.

REPROVADO

Olha, vou te dizer, nunca me senti tão mal em toda a minha vida. Eu olhava para meu pai e meu carro e não conseguia conter o profundo desprezo e a decepção que eu sentia pelo meu patético desempenho. Aquela quinta-feira foi uma autêntica "black thursday".

Ser reprovado na prova prática, pra quem adora carros, é isso.

Mas não poderia viver aquela auto-comiseração indefinidamente. Assim, adotei o procedimento de mandar aquela prova às favas e marcar a próxima. Sabendo que meu fraco ainda era a ladeira e que a baliza me matou, era esse o enfoque a ser dado: 45% baliza, 45% ladeira e 10% de trânsito.
Ligando pro CFC, informaram-me de que o meu instrutor fora mandado pra outro carro e que o Uno ia ficar com um rapaz que era de outra unidade. Então, foi-me dada a opção de ficar com o carro, ou com o instrutor. Lógico que mandei aquele instrutor folgado pra PQP e juntei minhas expectativas e esperanças de aprender com o novo professor.
No próximo sábado, lá estava ele no meu velho Uno(não adianta, já tinha me apegado à caixinha de fósforo a essa altura). Sabe o que é ver um cara comprometido com a profissão? Era ele. O cara era atencioso, profissional, paciente. Tudo o que um instrutor tem que ser. Ficamos dias e dias fazendo inúmeras balizas e ladeiras. Passado o prazo mínimo, eu estava pronto para passar nessa bagaça dessa vez!
Chegando cedo ao local de prova(um clube em Boa Vista), entrei no carro e conversei com ele(o carro): "não me sacaneia que a gente vai passar lindamente nessa prova, uninho!"
Sim, desde então, eu papeio com meus carros e cuido deles como se fossem da família...Coisas de gearhead!

Enfim, fizemos o mesmo trajeto. Nenhum ponto perdido(da primeira, eu perdi 1,5 ponto por não ter dado seta previamente o suficiente). Era hora da baliza.
Todos saíram e éramos só uninho e eu. Aproximei-me da primeira baliza, alinhei e parei. Meti a ré, estercei tudo e fui devagarinho pra trás. Parei. Desfiz o jogo,meti a primeira e avancei um pouco. Ré, esterçamento pro lado de fora da vaga e pronto. Dos 3 minutos dados, a manobra foi feita em míseros 50 segundos.
Aprovado e feliz que nem pinto no lixo!
Tudo em, que não sou Mads Ostberg, mas a realização era mais ou menos essa, na minha cabeça!

Quando minha Permissão chegou, fiquei doidinho. Primeira coisa: pegar o carro e sair por aí!
E, durante o ano em que fiquei de permissão, descobri que quase nada do que aprendi na auto-escola me ajudava no trânsito do dia-a-dia. É nessa hora que a gente descobre que a coisa mais importante no trânsito é o bom senso.
E isso não se aprende num CFC.

NdA: com paciência, planejamento, bom senso e habilidade é que se faz um trânsito realmente humano.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Folga III

Mais um flagrante desses inúteis que pensam que as ruas são suas e não de todos:
Parado, elegantemente, na esquina do Supermercado São José do Centro de Vitória a 1 metro da calçada.
A vida é boa, não é?

Folga II

Assim como o post anterior, esse aqui vem mostrar mais um flagra de motoristas totalmente irresponsáveis e com respeito zero pelo semelhante e pelas regras de trânsito.

Esse idiota foi flagrado na Praia da Costa, com seu "belo" Fiesta na vaga de idoso. Como se não bastasse a marca no chão, ainda ele parou de frente para a placa de proibido estacionar. Só posso acreditar que esse cara é analfabeto, ou totalmente sem-noção.

Resultado? Um guarda de trânsito que passava tascou uma multa.

NdA: ser educado não custa nada. Não ser, custou 85 reais pra esse cara.

Folga

Um dia vou descobrir qual a graça em andar com o braço pra fora, arriscado a um motoboy arrancá-lo, ou a ser roubado...


NdA: Só mostra que brasileiro tem, como um dos maiores defeitos: a vontade, quase visceral, de ser folgado.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Meu carro

Não, não falarei aqui do meu primeiro carro. Vim falar do seu primeiro carro.
Vim falar do seu próximo carro. Vim falar francamente com você, meu leitor. Uma agradável conversa de boteco.
Por que eu estou falando isso? Simples. Todos os dias somos bombardeados por mais e mais anúncios de carros. A cada momento, a mídia joga em cima de nós toneladas de lixo que têm por objetivo fazer com que acreditemos que aquele carro é bom, que aquele carro é mais rápido/veloz/bonito/confortável.
Enfim, somos atacados pelos mercadólogos com seus comerciais de TV, anúncios em revistas e lindas mocinhas distribuindo panfletos sobre os carros de certa marca. Somos compelidos a jogar no lixo, carros que às vezes até têm nos servido bem e que não temos um motivo para estar nos desfazendo dele.

Sim, nós que criticamos tanto os americanos por serem consumistas inveterados, estamos seguindo pelo mesmo caminho tortuoso e pelo mundo de frivolidades que fazem com que tenhamos quase um desprezo por tudo que não seja absolutamente novo e reluzente.

Com os carros, acontece desde sempre: nós homens, somos atraídos por aquela figura metálica. Quase desejamos uma fusão homem-máquina que nos torne seres diferenciais. Algo quase selvagem. Uma sensação primitiva. Carros, para muitos, são como uma droga. Para as mulheres, nem tanto. Elas são guiadas pela razão e pela praticidade. É incrivel como elas conseguem cair nisso. Não deveriam.

Mas não imagino estar falando isso para um gearhead/petrolhead, que, assim como eu, ama carros, independentemente de serem novos os antigos. Eu vejo num pedaço de metal enferrujado, potencial de ser muito mais além de um peso de papel que apodrece à mercê do tempo.
Faço esse texto com a autoridade de quem convive com os amigos e analisa a relação entre seus donos e carros.

Há um tempo, não muito, o Brasil era uma país fracamente motorizado. Ao contrário de países do exterior, como Grã-Bretanha, EUA, Japão, Itália e Alemanha, nós vivemos uma contradição de mercado: ao mesmo tempo que nosso poder aquisitivo aumenta, não conseguimos nos livrar dos populares. E antes que venham com tochas acesas, querendo arrancar meu couro, ouçam: não sou contra carros populares. Muito pelo contrário! Sou totalmente favorável a eles. Mesmo assim, o tempo dos populares passou e ninguém disse isso para a ANFAVEA.
Esses veículos (ditos populares) viveram seus tempos de glória em momentos que as nações precisavam de automóveis robustos, simples, confiáveis e, acima de tudo, BARATOS. Com o fim da necessidade de se motorizar o país, os governos e indústrias mudam o foco de seu investimento para carros cada vez mais aperfeiçoados, melhores e mais caros, seguindo o gosto da população. Mas isso não tem acontecido no Brasil.

Sempre fomos julgados por nosso eterno atraso. Mas o que fazemos para tirá-lo? Muito menos do que poderíamos. A verdade é que não fazemos praticamente nada. Dia desses eu estava perambulando pelo Shopping e vi um carro de 60mil reais num estande. Bonito por fora, reluzente e tal. Abri a porta, muito conforto e modernidades aparentes para o motorista...Mas calma lá! O que é isso? Argh! É plástico...Duro que parece uma lixa!!!! Pera aí...Deve ser a versão básica do modelo, né? Mas porra, por 60mil, não dava para fazer um interior mais agradável? Tudo bem...Vamos ver..Quanto ele faz? 8:1 na cidade. Hum...bacana! Exceto pelo fato de que um motor V8 moderno faz o mesmo, entregando meio milhar de pocotós nas rodas e com o ar ligado!!! Vamos ver...Ele é flex? Sim, é flex!!! Tá, mas e daí? Como a cotação da cana está alta demais, não compensa usá-la, assim, não preciso ter um carro que rode com dois combustíveis, se o outro não me interessa! Muitos que compram o flex nunca usaram outra opção de combustível.
Ah, eu disse que o motor é só 1.6?

Pois é. Fico besta como as pessoas querem tirar onda comigo, que ando com um automóvel defasado 20 anos e que tem um desempenho melhor e é mais confortável. Por mais estranho que pareça, meu carro no mercado, é mais barato que um popular. E tem quem prefira um carro zero(de tudo)!!!!
Tá que o cheirinho de carro novo é gostoso(mas pouca gente liga pra isso). Tá que ele é coberto por garantia(e se ele passar a dar problema direto e reto após o fim do prazo?). O popular vem com uma direção duríssima (não tem como não ficar suado numa baliza). Ele vem com um interior medíocre(painel simples demais, revestimento pobre...). Os bancos são duros. "Ah, mas o consumo é pequeniníssimo!!!!". Vamos comparar: um Uno 1.0 faz 14,3:1 na cidade(dados da Fiat). Só que, na Quatro Rodas de 1990, ele cravou 11,52 km/l. Gente, em mais de 20 anos, ele melhorou míseros 3 km/l! Se você achar que isso é um consumo baixo, eu lhe apresento o VW Polo 1.2. Ele faz 26,3km/l usando diesel. Tudo bem, os motores turbodiesel não podem ser usado no Brasil. Vamos para a versão à gasolina: 17,24km/l. Ah, eu disse que é equipada com motor turbo de 1.2l? Será que mencionei que o Polo de lá vem com um sistema que desvia o facho dos faróis em curvas? Pois é: um carro de classe superior, muito mais bem equipado e com consumo proporcionalmente mais baixo. Nem vou comparar com o Polo daqui...

A questão não é ridicularizar o Uno, nem o Fiesta(velho ou "New"), mas acordar você, consumidor. Há anos, você sai com aquela cara de satisfação de uma concessionária com seu carro zero, levando algo que vale muito mais do que realmente é, acreditando que tem algo moderno, robusto e econômico. Esqueça: você levou algo que está aquém do valor pago!

O conto de fadas acabou.

NdA: todas as fotos são de carros populares de outros países. Pense nisso antes de assinar o próximo cheque.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Cuidados básicos que todos devíamos ter para dias como hoje

Cacete, que chuva chata!
Até já ouço meu velho me dizer: "mas meu filho, se Deus manda a chuva, ele manda para as plantações, para os rios..."
Está bem, pai...mas continua sendo um porre aqui esse céu cinza, frio e deprimente. Mas é ótimo para ver um filminho e namorar!
Andar pelas ruas é perigoso, pois as poças escondem buracos em ruas e calçadas. Sempre pode vir um cretino e molhar você ao espirrar a água de uma poça. Já para o motorista, muitos cuidados devem ser tomados também para que dirigir na chuva seja agradável.

Limpadores novos e funcionando. É aqui que a manutenção preventiva faz toda a diferença. Se você trocou as palhetas velhas e/ou limpa as palhetas do seu carro semanalmente com um paninho úmido, quando uma chuva dessa cai, você não terá problemas com remoção irregular e insuficiente da película de água que fica no vidro frontal(e, no caso dos hatches, do traseiro). Além disso, seu vidro não ficará riscado. Pode ter certeza: vidro riscado é muito mais caro que um jogo de palhetas. Muito mais mesmo!
Economia é a base da porcaria, quando se economiza na segurança
 
Saiba usar o desembaçador. Primeiro, o que é embaçamento? No nosso caso, o embaçamento nada mais é que a condensação de água nos vidros. Isso acontece quando o vapor de água presente no ar entra em contato com os vidros frios e volta à fase líquida. Para evitar isso, é altamente recomendável usar o desembaçador de vidro traseiro e o ar condicionado. Assim, a temperatura do interior fica ajustada para que a condensação seja eliminada, ou reduzida severamente. Às vezes, acontece de o vidro embaçar por fora, mas aí, o limpador elimina essa manchinha incômoda. E, claro, se está frio, não vire o ar para você, e sim, para o pára-brisa.

Símbolo do desembaçador traseiro

Central de ventilação/refrigeração do novo Voyage: para ligar o desembaçador dianteiro, gire o dial da direita até a marca apontar para cima e ligue o ar condicionado.


Aderência reduzida? Reduza a velocidade também! Se o carro está  sob condição de chuva, é prudente não abusar da velocidade. Muitos de você pensam assim: "ah, pus 80km/h e não aconteceu nada." O problema é que esse tipo de comportamento gera uma lógica (falha) de que você pode pisar mais forte e NUNCA VAI ACONTECER NADA COM VOCÊ, E SIM, COM OS OUTROS. Pense assim: você sempre será o outro para alguém que pensa da mesma forma. A aderência é inversamente proporcional à velocidade do carro, então, a menos que tenha um caso de vida ou morte, ou esteja pilotando uma Lotus Exige com pneus mais largos especiais para chuva, não abuse. Ande na mesma velocidade do tráfego e não exceda desnecessariamente os limites(seus, da via e do carro).
Isso não é dirigir na chuva. E vocês(a menos que eu esteja falando para pilotos profissionais, coisa de que duvido) não sabem controlar carros tão bem assim

Choveu? Aumentou o tráfego. Isso é regra da natureza: em dias normais, algumas pessoas que têm carros preferem deixá-los em casa e ir de carona ou ônibus. Quando chove, muitas dessas pessoas não querem nem saber: tiram os carros da garagem para evitar andar e tomar água na cabeça. O resultado é previsível: mais trânsito lento e maior número de motoristas verdes nas ruas(não interessa se você tem 10 anos de carteira se só dirige 1 vez por mês). Paciência é sempre bem vinda ao volante!

Fuja do spray. Não, não estamos numa casa de tintas. Falo da cortina de água que os pneus do veículo da frente geram ao rodar em superfícies molhadas. Quanto mais perto você ficar do carro da frente, maior é o spray e maior sua desorientação. No caso de carretas, a cortina é tal que nem mesmo os limpadores dão vencimento. Sem contar que uma freada brusca do veículo da frente vai terminar, certamente, contigo na traseira dele.Não entendeu o que eu disse?


Note a cortina gerada atrás de todos os carros. Vejam o Fiesta logo atrás da Silverado(faixa central). Como está muito perto da picape, o efeito do spray é muito concentrado. Se a picape frear do nada, ele está fudido.

Faróis de neblina são pra neblina! Pode parecer idiotice, mas o número de pessoas que usam o farol de neblina(e o alto) à noite ou em chuva é enorme. De uma vez por todas: chuva não é neblina e ponto final! Use farol normal(nada de farol alto!!!) ou luz baixa, dependendo da iluminação do ambiente.
Luzes de neblina traseira(alto) e dianteira: se não estiver rolando neblina, não as use!!!!

Ah, só pra constar, neblina é isso:
Nada de ligar esse interruptor com chuva também:
Farol alto

Pneus gastos, não! Tem gente que se contenta em pagar 100 reais para fresar pneus. Há quem pague 200 por um jogo vagabundo lá da casa do cacete(entenda-se China, Taiwan, Coréia do Sul, etc...).
Honestamente, vamos por partes:
  • Fresar pneus: arte milenar dos borracheiros das BRs da vida. Consiste em pegar um pneu careca(gasto, portanto) e enfiar sulcos manualmente e sem nenhum critério. Vamos entender isso direito: cada pneu tem seus sulcos(não sabe o que é sulco? Pesquise puta que o pariu!). São projetados por computador para gerar aderência, dissipação de calor e escoamento de água otimizado dependendo do tipo de veículo, carga e performance. Se você conhece um borracheiro que leve tudo isso em conta na hora de fresar um pneu, mande o currículo dele para a Pirelli.
Pneus fresados e largos: tem gente que gosta de correr, mas não gosta de investir em segurança: receita para uma tragédia. As marcas grosseiras são claramente visíveis.

Pneu fresado é intrinsecamente inseguro: como a banda de rodagem original acabou, o cara aprofunda as canaletas pré-existentes(ou cria outros sulcos) e manda ver. Às vezes esse pneu não aguenta rodar mais de 100km. Temperatura alta e imperfeições pequenas na pista podem fazê-lo explodir sem grandes esforços. Preciso explicar o que isso pode acarretar, numa pista, ainda mais molhada?
  • Pneus vagabundos: não se pode esperar a qualidade de um Pirelli, num pneu Ling Long ou Nankang. Investir em um jogo de pneus de uma marca ruim vai te gerar uma solução muito mais cara que a fresagem e o desempenho do conjunto ficará longe do que se teria com um jogo Michelin, por exemplo. A resposta? Pesquise em várias lojas e se planeje para ter o melhor custo-benefício. Na hora de trocar os pneus, não economize. Afinal, é um gasto que você faz só de 4 em 4 anos, a menos que você seja piloto de drift(aí você troca o jogo a cada 10 minutos).As marcas que eu mais recomendo são: Toyo, Pirelli, Continental, Kumho, Michelin, Dunlop, Goodyear, Yokohama, Bridgestone e Firestone. São caros? Depende. Quanto vale sua vida pra você?
    Ah, não esqueça de manter os pneus calibrados!
Por fim, além das regras de direção com tempo seco, não esqueça de não passar com o carro muito perto e muito rápido perto da sarjeta para não jogar água nos pedestres.
A foto é engraçada até o dia em que alguém lhe der um banho desses.

Se o carro está todo checado, pneus bons, você vai dirigir com atenção e você TEM que sair de casa, manda ver numa música agradável e boa condução!

NdA: para dias de chuva como esse, Jazz, Blues e Bossa são ótimas pedidas. Mas o melhor mesmo é ficar em casa, vendo filminho, namorando e comendo pipoca. Cadê meu DVD do Band of Brothers..?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Filho pródigo

Após um tempo de inatividade, estamos voltando para o nosso amado blog lido por ums 3 pessoas.

NdA: Boemia, aqui me tens de regresso...